O que a Educação tem a ver com a pobreza e exclusão?

O que a Educação tem a ver com a pobreza e exclusão?
Ou será: o que a pobreza e exclusão têm a ver com a Educação?

Afinal, de que Educação estamos falando?

Para Além da Educação se refere justamente a uma crítica e a uma reflexão contínua e consciente da educação que temos hoje no Brasil: uma educação voltada para os interesses capitalistas, que visa a formação utilitarista para o mercado de trabalho. “Para além” refere-se, então, a uma educação para a formação do ser, com princípios e valores universais.

A Educação deve ir além do caráter messiânico e também dominador. Ou seja, deve transpor a noção de neutralidade, contribuindo para a transformação social. Afinal, Educação é Social e Política.


sábado, 12 de junho de 2010

A Formação de Educadores Ambientais no Brasil

Atualmente a educação ambiental vem sendo associada a uma possibilidade de provocar mudanças no que diz respeito à degradação ambiental, sendo reconhecida mundialmente como estratégia prioritária para a transformação da sociedade contemporânea, ao incentivo no desenvolvimento de ações que objetivem diminuir os impactos da degradação sócio ambiental vigente em busca de qualidade de vida. É importante ressaltar que a conferencia de Tbilisi exerceu um importante papel para o florescimento desta percepção, pois foi a partir desta reunião que ocorreu o início de um processo de valorização da EA.

Partindo deste contexto devemos fazer uma reflexão sobre um dos principais atores envolvidos na questão ambiental: o educador. Como acontece o processo de formação destes educadores no Brasil?

A partir das recomendações feitas na reunião de Tbilisi enxergou-se a necessidade e urgência de formação de educadores ambientais, foram traçadas algumas diretrizes que deveriam ser praticadas nos espaços universitários: romper com os modelos tradicionais de educação aplicando a interdisciplinaridade, desenvolver materiais pedagógicos locais e estabelecer cooperações locais, nacionais e internacionais bem como incluir no programa de formação de professores a educação ambiental; ajudar docentes dos centros de formação de professores na área de educação ambiental e facilitar aos futuros professores formação ambiental apropriada ao meio urbano ou rural (UNESCO, 1994).

Além disso, acontecimentos como o Seminário sobre Universidade e Meio Ambiente entre os anos de 1986 a 1992 foram de suma importância para inserir a temática ambiental no meio acadêmico. Mas observa-se que a estrutura organizacional do ensino superior em divisões institucionais e departamentos não incentivam a pratica da interdisciplinaridade, prevalecendo à valorização de especificidades

Em resultado destes primeiros seminários ocorreu o I Curso Latino Americano de Especialização em EA (1990). Varias universidades aderiram as diretrizes e recomendações traçadas nestes eventos, e na tentativa de romper com o paradigma tradicional criaram disciplinas optativas e comissões interdepartamentais ou programas e cursos interdisciplinares, visando conseguir independência dos departamentos disciplinares e nessa mesma década também ocorreu um boom de cursos de pos graduação, desde especialização, mestrado e doutorado em EA.

O papel das instituições universitárias é preparar o futuro profissional para o mercado de trabalho, mas a capacitação direcionada para educação ambiental requer das universidades uma redefinição e adequação dos processos de formação. Porém observa-se que mesmo que iniciativas no ambiente universitário venham se firmando frente às questões sócio ambientais, cabe ressaltar que não há nenhum curso de graduação em educação ambiental a nível nacional somente um curso de pós-graduação stricto-sensu (mestrado e doutorado- FURG) no país. É nos cursos de pós- graduação que a inserção desta temática se dá com maior intensidade, pois adota melhor configuração em virtude do seu caráter multi e interdisciplinar.

No Brasil a porta de entrada para formação de especialistas ambientais acontece principalmente por meio de programas de pós graduação lato-sensu e stricto-sensu, observa-se que a inserção da dimensão ambiental através da especialização possui uma maior liberdade em suas formas operacionais, proporcionando contornos e desenhos específicos e particulares de acordo com os regulamentos e bases estruturais de cada instituição universitária.

Percebe-se que mesmo que a crise ambiental esteja em seu auge atualmente a formação de educadores ambientais ainda é deficiente, pois essa formação ainda não é continuada. Hoje a educação ambiental esta sendo inserida timidamente como tema transversal no ensino fundamental e médio, mas ocorre uma quebra dessa seqüência no ensino superior, pois as inserções são fragmentadas, isoladas, sem diretrizes definidas ou uma inter–relação entre si, restando para os profissionais preocupados com as mazelas das questões sócio ambientais e que objetivem uma melhor capacitação para atuarem em sala de aula buscarem os cursos de pós graduação na área ambiental.



Por: Layla Honorato



Referências Bibliográficas

LOUREIRO, C. F. B. Teoria Crítica. In: FERRARO-JÚNIOR, L. A. (org.). Encontros e Caminhos: formação de educadoras (es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005.

TOZONI-REIS, M.F.de Campos. Formação dos educadores ambientais e paradigmas em transição. Ciência & Educação, vol.8, no. 1, p.83-96, 2002.

RIOS, T. Compreender e ensinar. Por uma docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2001.

SORRENTINO, M. Educação ambiental e universidade: um estudo de caso. São Paulo: USP, 1995 (tese de doutorado).



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